segunda-feira, 23 de março de 2015

Hoje deixo de fumar!



Comecei a fumar aos 16 anos.

Na altura, orgulhava-me - estupidamente, já se sabe - de ter começado a fumar tarde. Os meus amigos tinham começado aos 14  e eu não tinha sido arrastada pela pressão de grupo. Imagine-se o disparate...

E fumava cerca de 1 maço por dia, por vezes (poucas) fumava menos, outras (muitas) fumava mais. As saídas às noites então eram a desgraça. No dia a seguir era como se os meus pulmões fossem feitos de carvão... E a primeira coisa que fazia? Claro, fumava mais um cigarro!

Aos 30 anos parei. Extraí os sisos (sim, este texto está a ficar um bocadinho nojento, à falta de melhor palavra!...) e precisei de parar de fumar para que a cicatrização corresse melhor.

Armei-me de boa vontade e de pensos de nicotina e passados uns dias, quando me apercebi que sobrevivia sem matar o vício, deixei-me levar para ver até onde ia.

 Apercebi-me que a necessidade de fumar constrangia a minha liberdade e a minha autonomia.

Que era absolutamente fétido o hálito de um fumador.

Que a fortuna que gastava em tabaco era muito melhor empregue em sapatos e malas.

Deixei de fumar.

E virei a Gestapo do tabaco. Tudo que tivesse a ver com tabaco incomodava-me e não poupava críticas a ninguém. Pobre de minha mãe, fumadora inveterada, que tanto ouviu....

E sim, mesmo que o cheiro do tabaco incomode imenso quem não fume, que incomoda, obviamente que o meu fundamentalismo foi uma forma de mecanismo de compensação. O mesmo usado por virgens de 50 anos que criticam as mulheres oferecidas.

Fui entretanto aligeirando e cheguei a um equilíbrio que acho perfeito. Fumava nas férias, nas saídas à noite, em cafés com os amigos ou se fosse tomar um copo com alguém. E assim fiquei por 3 anos. Fumar por prazer - sim, porque eu gosto de fumar - mas sem os inconvenientes do vício. Maravilhoso!

Entretanto engravidei e amamentei a CLSM durante 8 meses.

E foi aí o ponto sem retorno. O não poder fumar. Mesmo.

Quando deixei de amamentar achei que conseguiria voltar ao mesmo ponto de equilíbrio, mas de 1 cigarro por dia, passei para 5, para 10 até a este ponto em que voltei a fumar 1 maço diariamente. Sim, 1 maço! São 3 kg de nicotina e alcatrão (não faço ideia se será isso, mas pareceu-me bem) e 150€ por mês. Uma loucura!

Não pode ser.

Há uns dias a CLSM estava a brincar felicíssima com os seus bonecos da Playmobil, que mergulhavam na piscina e apanhavam Sol. Depois ela pegou neles, um por um, e colocou-os na cadeira sentados.

      - O que é que eles estão a fazer, amor?

       - (A fumar) um quigarro.

Aí sabemos que temos de deixar de fumar.

Há que cortar o mal pela raiz. 

Hoje deixo de fumar.

E ponho por escrito para não haver volta a dar.

Hoje deixo de fumar.

Já me apeteceu 3 vezes parar de escrever o texto, para fumar aquele cigarro que ajuda a pensar.

Hoje deixo de fumar.

Desejem-me sorte. E força de vontade.


Beijo da Patinha *




Sem comentários:

Enviar um comentário